Sorrias, ainda nem os olhos tinhas aberto. Esses teus olhos azuis que com o tempo foram conhecendo a vida e, a pouco e pouco, o mundo.
Não passavas de um ser completamente dependente, algo tão pequeno que cabia na palma da minha mão.
Tão indefesa, tão frágil... mas com uma enorme vontade de viver e hoje ninguém te pára.
Queres sempre descobrir o porquê da coisas e não tens pápas na língua quando é para reclamar.
Mas esse teu sorriso cala qualquer um.
Só te tinha visto uma vez e já sabia como ias ser. A quem ias sair. Já podia imaginar a primeira vez que terias de ouvir um "não", a primeira vez que ias chorar porque o rapaz era um bronco e não entendi os teus frágeis sentimentos.
Gostava de me meter contigo e chamar-te "pingalhete", pois esse ter narizinho andava sempre empinado.
Eras pequena ainda, e eu já podia ver tudo.
...Já podia ver isso tudo.
Ainda guardo a lembrança, é a coisa mais preciosa que tenho de ti.
Só te peço uma coisa e tu podes adivinhar...
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